DINOSSAURO RECONHECIDO: empresário
Jorge Paulo Lemann reconhece a necessidade de
atualizar sua companhia para o novo mercado
REUTERS/Lucy Nicholson
Publicado originalmente no site da revista EXAME, em 8 de agosto de 2018
Maior bilionário do Brasil, Lemann fala de seu maior erro
Perguntado sobre o maior erro de sua carreira, Lemann diz
que cometeu vários e aprendeu com eles e a maior lição, conta, foi aprendida no
Garantia
Por Karin Salomão
São Paulo – Aprender com os próprios erros é uma máxima que
já se tornou clichê. No entanto, quando se trata do maior bilionário
brasileiro, as lições são certamente valiosas.
O podcast da gestora de investimentos Rio Bravo entrevistou
Jorge Paulo Lemann sobre sua carreira, política e educação no Brasil.
Perguntado sobre o maior erro de sua carreira, Lemann diz
que cometeu vários e aprendeu com eles. A maior lição, conta, foi aprendida no
Garantia, banco comprado por ele e pelos sócios Marcel Telles e Beto Sicupira e
mais tarde vendido.
“O maior erro do Garantia é que era uma organização visando
o curto prazo”, afirmou ele ao podcast. De acordo com ele, os bônus semestrais
por resultado e a rápida promoção dos funcionários em sócios levaram a
companhia a se focar apenas no curto prazo.
“Percebemos que precisava mudar muito ou não ia para
frente”, afirmou. Por isso, no 3G, empresa de private equity fundada por ele em
2014, a visão era outra, voltada a um crescimento mais perene, conta. Para ele, o método 3G de gerir companhias é
“ter poucos negócios, muito foco, fazer com capital próprio e construir no longo
prazo”.
Segundo ele, construir uma empresa lucrativa e com foco no
longo prazo é algo que falta a algumas startups.
“Startup em geral é de gente que não tem dinheiro, então tem
um objetivo. O que é curioso é que antigamente a maneira de ganhar dinheiro
rápido era montar uma empresa que desse lucro. Mas hoje o objetivo é gerar
histórias capazes de captar mais dinheiro de novos investidores”, afirma.
“Mudou a ótica de ganhar dinheiro, para fazer uma história
bonita para tomar dinheiro de todo mundo que quer investir em startups. Acho
que tem muita startup aí que o pessoal está levantando dinheiro a preços
absurdos”, diz.
Mesmo assim, o empresário é otimista com o cenário de
empreendedorismo brasileiro. “Tem muita coisa boa aqui. Em todo lugar que eu
vou tem algum sujeito começando alguma coisa e com sucesso”, fala.
Texto e imagem reproduzidos do site: exame.abril.com.br
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