Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Publicado originalmente no site da revista Época Negócios, em 25/03/2019
Os motivos para você contratar um profissional com mais de
50 anos
Para headhunters, empresas têm a ganhar ao abrir mais espaço
a esses profissionais – e não só por uma questão de experiência
Por Ana Laura Stachewski
Eles têm mais conhecimento, maturidade e equilíbrio
emocional para lidar com responsabilidades. Estamos falando dos profissionais
com mais de 50 anos – mas de uma forma equivocada. Pode parecer estranho, mas
headhunters explicam: empresas têm a ganhar ao abrir mais espaço a
profissionais com mais idade, mas devem saber o que querem e ir além de
estereótipos (positivos ou negativos) ao avaliá-los.
Uma questão de perfil
Em geral, a decisão de contratar profissionais mais velhos
passa por prioridades: é feita quando se quer alguém com mais experiência para
liderar equipes, tomar decisões estratégicas ou mesmo formar novos talentos na
empresa.
O argumento de que um empregado de nível sênior será “caro”,
portanto, se torna secundário para empresas que enxergarem nele um potencial
para crescer.
“Antigamente, empresas optavam pelo profissional júnior por
ser uma mão de obra mais barata. Hoje, vemos muitas empresas olhando mais para
o mercado do que para dentro – e os profissionais seniores já tem um
relacionamento com esse mercado”, diz Leandro Pedrosa, gerente executivo da
Michael Page.
Fora esse tipo de fator, Pedrosa acredita que não há por que
olhar para a idade na hora da contratação. Luiz Wever, presidente da
consultoria Odgers Berndtson no Brasil, concorda. “Há profissionais com 60 anos
que parecem ter 40 e outros com 35 que parecem ter 60. O importante é avaliar a
postura da pessoa: se está preparada e se tem tempo e energia para assumir o
desafio”.
O mesmo vale na hora de definir o que esperar para além da
experiência profissional do indivíduo. Empresas que esperam que todo
profissional mais velho tenha mais inteligência emocional podem se frustrar. Já
as que olham para a idade como um indicador de defasagem, por exemplo, podem
perder talentos.
“Assim como há estereótipos sobre a geração Y, também há
estereótipos nesses casos. O fato é que um profissional, independentemente da
idade, vai ter de se adaptar a qualquer organização”, destaca Irene Azevedoh,
diretora de transição de carreira e gestão de talentos da consultoria Lee Hecht
Harrison. Segundo ela, quem tiver habilidade para aprender e se adaptar vai
continuar no mercado – e isso também vale para os que têm menos de 50.
Para o presidente da Odgers Berndtson, as transformações
digitais de fato trazem mais desafios para esses profissionais. Às empresas,
porém, cabe o trabalho de identificar quem soube superá-los. “Uma pessoa que já
nasceu na era da internet obviamente vai ter mais facilidade para se adaptar às
novas mudanças, mas tudo depende do indivíduo”, pontua Wever. “Um profissional
[mais velho] que não está parado e continua polindo sua carreira não terá
problemas”.
Ponto para a diversidade
A contratação de profissionais mais velhos também tem sido
encarada como peça da busca por diversidade nas empresas. Com culturas,
backgrounds e gerações diferentes, eles podem trazer novos olhares e
experiências para o ambiente. “Sempre há um lugar para todo tipo de
profissional, e um ambiente com um mix de idades com certeza será mais
produtivo”, diz Irene Azevedoh. De olho em ganhos como esses, algumas empresas
têm aberto programas de contratação específicos para essa faixa etária.
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