Benito Berretta, novo diretor geral da Hyper Island Brasil
Foto: Divulgação
Publicado originalmente no site da revista Economia Negócios, em 26/02/2019
"O otimismo brasileiro é uma força incrível de
mudança"
Para o uruguaio Benito Berretta, novo diretor da Hyper
Island na América Latina, esse é um dos fatores que pode colaborar para a
inovação nas empresas no Brasil
Por Ana Laura Stachewski
Quando a escola de negócios sueca Hyper Island apostou no
Brasil, há cinco anos, decidiu adotar um modelo focado em consultoria de
transformação digital. Fundada em 1996, a instituição ficou conhecida em todo o
mundo por pregar um método de ensino peculiar, sem professores nem provas,
baseado no desenvolvimento de competências como engajamento, motivação e
trabalho em equipe. Ao chegar ao Brasil, porém, preferiu se concentrar no braço
consultivo, oferecendo serviços, programas e cursos para empresas e executivos
em busca de inovação.
No início de fevereiro, a Hyper Island anunciou uma mudança
no comando. Nathalie Trutmann, que cuidava da operação na América Latina,
assumiu o cargo de CEO das Américas. Em seu lugar, o uruguaio Benito Berretta
assumiu o posto de Diretor Geral da Hyper Island na América Latina. Em
entrevista a Época Negócios, Berretta falou sobre algumas das demandas dos
executivos e sobre os erros cometidos pelas empresas brasileiras.
Época Negócios Ao que você atribui o sucesso da empresa no
país?
Benito Berretta Acho que um dos fatores decisivos para a boa
atuação no Brasil foi a diversidade da nossa equipe. Além da diversidade de
gênero, raça, cor, etnias e tantas outras que somam ao nosso favor, é
necessário investir na diversidade cognitiva, que leva em conta diversos
fatores. Por exemplo, um modelo cognitivo muito discriminado é o profissional
introvertido. Em geral, ele é visto como alguém não engajado, quando na verdade
ele participa, mas de outra forma. Como muitas empresas encaram o tema de
maneira burocrática, não conseguem entender quando falamos que a diversidade é
um fator de inovação.
Época Na sua opinião, as empresas deveriam devotar mais
tempo a desenvolver hard skills ou soft skills?
Benito Berretta Não vejo as habilidades técnicas e comportamentais
como antagônicas. Ao contrário, acredito que os funcionários deveriam
desenvolver esses dois tipos de expertise. Se você atua com foco apenas em
tecnologia, não vai conseguir chegar ao fundo dos problemas e resolvê-los de
maneira eficiente. Mas, se pensar apenas no lado humano, não poderá usufruir de
todos os beneficios que a tecnologia pode oferecer. Chamo a capacidade de
trabalhar com os diferentes skills de polivalência. É isso que se busca hoje
nas empresas.
Época Qual a maior demanda das empresas brasileiras?
Benito Berretta Todas as companhias, da startup à
multinacional, perceberam que precisam aprender a trabalhar com mindsets. Quer
dizer, se você quiser criar uma estratégia digital para sua companhia, será
preciso entender a cultura da empresa e quais mentalidades precisam ser
transformadas. Outra demanda forte é por times de alta performance — que
trabalhem com design thinking, lean e agile ao mesmo tempo, por exemplo.
Época E o que a Hyper Island aprendeu no Brasil?
Benito Berretta A cultura brasileira é única. O profissional
daqui traz características únicas, como otimismo, criatividade e gratidão. Quando
você começa um processo de mudança, tem que acreditar que é possível. O
otimismo brasileiro é uma força incrível de mudança.
Texto e imagem reproduzidos do site: epocanegocios.globo.com
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