quarta-feira, 6 de março de 2019

"O otimismo brasileiro é uma força incrível de mudança"

Benito Berretta, novo diretor geral da Hyper Island Brasil
Foto: Divulgação

Publicado originalmente no site da revista Economia Negócios, em 26/02/2019

"O otimismo brasileiro é uma força incrível de mudança"

Para o uruguaio Benito Berretta, novo diretor da Hyper Island na América Latina, esse é um dos fatores que pode colaborar para a inovação nas empresas no Brasil

Por Ana Laura Stachewski 

Quando a escola de negócios sueca Hyper Island apostou no Brasil, há cinco anos, decidiu adotar um modelo focado em consultoria de transformação digital. Fundada em 1996, a instituição ficou conhecida em todo o mundo por pregar um método de ensino peculiar, sem professores nem provas, baseado no desenvolvimento de competências como engajamento, motivação e trabalho em equipe. Ao chegar ao Brasil, porém, preferiu se concentrar no braço consultivo, oferecendo serviços, programas e cursos para empresas e executivos em busca de inovação.

No início de fevereiro, a Hyper Island anunciou uma mudança no comando. Nathalie Trutmann, que cuidava da operação na América Latina, assumiu o cargo de CEO das Américas. Em seu lugar, o uruguaio Benito Berretta assumiu o posto de Diretor Geral da Hyper Island na América Latina. Em entrevista a Época Negócios, Berretta falou sobre algumas das demandas dos executivos e sobre os erros cometidos pelas empresas brasileiras.

Época Negócios Ao que você atribui o sucesso da empresa no país?

Benito Berretta Acho que um dos fatores decisivos para a boa atuação no Brasil foi a diversidade da nossa equipe. Além da diversidade de gênero, raça, cor, etnias e tantas outras que somam ao nosso favor, é necessário investir na diversidade cognitiva, que leva em conta diversos fatores. Por exemplo, um modelo cognitivo muito discriminado é o profissional introvertido. Em geral, ele é visto como alguém não engajado, quando na verdade ele participa, mas de outra forma. Como muitas empresas encaram o tema de maneira burocrática, não conseguem entender quando falamos que a diversidade é um fator de inovação.

Época Na sua opinião, as empresas deveriam devotar mais tempo a desenvolver hard skills ou soft skills?

Benito Berretta Não vejo as habilidades técnicas e comportamentais como antagônicas. Ao contrário, acredito que os funcionários deveriam desenvolver esses dois tipos de expertise. Se você atua com foco apenas em tecnologia, não vai conseguir chegar ao fundo dos problemas e resolvê-los de maneira eficiente. Mas, se pensar apenas no lado humano, não poderá usufruir de todos os beneficios que a tecnologia pode oferecer. Chamo a capacidade de trabalhar com os diferentes skills de polivalência. É isso que se busca hoje nas empresas.

Época Qual a maior demanda das empresas brasileiras?

Benito Berretta Todas as companhias, da startup à multinacional, perceberam que precisam aprender a trabalhar com mindsets. Quer dizer, se você quiser criar uma estratégia digital para sua companhia, será preciso entender a cultura da empresa e quais mentalidades precisam ser transformadas. Outra demanda forte é por times de alta performance — que trabalhem com design thinking, lean e agile ao mesmo tempo, por exemplo.

Época E o que a Hyper Island aprendeu no Brasil?

Benito Berretta A cultura brasileira é única. O profissional daqui traz características únicas, como otimismo, criatividade e gratidão. Quando você começa um processo de mudança, tem que acreditar que é possível. O otimismo brasileiro é uma força incrível de mudança.

Texto e imagem reproduzidos do site: epocanegocios.globo.com

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